Trovejava sinistramente naquela tarde.


Da janela da kit, com minha fiel e já defasada câmera Coolpix, fotografava insistentemente, dia após dia, sem saber por que, as torres da Catedral Metropolitana de Campinas.

Sentia cheiro de merda amarela de nenê no ar.

Estava sozinho, sorrindo de alegria quando, de repente, começou a chover...
Milhares de penas de pombo caíram então do céu...

E um dente começou a  flutuar no céu da minha boca, como uma nave Sputnik sabor hortelã, sem rumo. Em seguida, saiu voando pela janela da cozinha.

Ninguém ligou pra mim.

Não gosto de me sentir louco, por isso lavei toda a louça do café
e saí para dar um rolê pela cidade, a fim de ver alguns rostos
e tentar de uma vez por todas te esquecer...